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Mostrando postagens de julho, 2013

Conto Parte III - Negócios

    Antes que decidisse o que faria daquele pedaço de papel, alguém bateu em sua porta. Rapidamente pôs se de pé, puxou a carta e a corrente para dentro de uma gaveta, não gostava que as pessoas se envolvessem ou especulassem sobre seus sentimentos, por isso vivia sozinha por tanto tempo, desde que seus pais faleceram.     Verificou se estava vestida com as roupas que mantinham sua imagem impecável de mulher de negócios, dura com seus funcionários, dura consigo, e caminhou até a porta. O coração acelerava a cada passo, poderia ser ele? Bateram mais um vez na porta. Não, a batida era suave, ele tinha uma batida firme, forte.       Ela acertou, abriu a porta e diante dela estava o porteiro, melhor amigo desde que se mudara para aquele prédio, pessoa com que mais mantinha o mais próximo de um contato pessoal, sobre o tempo... choveria aquele dia? Sobre como a vida passava rápida nos dias de hoje...      Trazia contigo as contas do mês e talvez um pouco de carência, uma imensa vontade d

Conto Parte II - A Carta

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   Esperou dias e noites com aquela corrente nas mãos. Por que ele voltara? Depois de tanto tempo... para tirar-lhe a paz, certamente. Nunca estivera contigo em seus momentos mais importantes, mais difíceis ou mais alegres, embora os mais alegres talvez ele fosse a principal razão deles, mas, oras! Como chegara a esta conclusão tola?!    Arrastou a cadeira, pôs a corrente do lado e começou a escrever um carta, que certamente jamais enviaria: Querido, Prezado, Meu caro, Com que direito vem tomar posse de mim? Por muitos anos vivi muito bem sem ti, mas agora não sai dos meus pensamentos, nem dos meus lábios. Sua eterna promessa de volta em todos esses anos me aflige, me escraviza. Adoça meu coração com promessas vazias, depois parte fazendo me sentir uma serviçal de seu ego. Com que direito faz me sonhar com um futuro que seremos uma só poesia? Se não pode dedicar me um só verso em seu tempo... ah o tempo, precioso tempo que me acusa de roubar, quando o que apenas quero é uma pal

Conto Parte I - A Corrente

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Ela não viu ele se aproximar, mas estava segura pelo seu toque quente, mais uma vez em seu abraço. Sussurrou: - És minha. Sei, como teu pulso acelera, tua respiração arqueja, teu corpo treme. Tua pele e a minha se tornam juntas uma só poesia... Quando fechou os os olhos, ficou frio novamente, percebeu que ele não estava mais lá. Teria sonhado? Certamente não. Estava sobre a mesa a corrente que trazia em seu peito, um dia retornaria... (Arte de Chairim.com.br - Caravaggio)