Sob(re) Sonhos
Um Sonho e uma única
Espada, talvez nisso não concorde com Kentaro Miura ao colocar essas
palavras na boca do personagem Griffith do anime Berserk. Hoje vejo
UM SONHO realizado, mas foram tantos outros abandonados que se existe
uma frase do anime que me toca nesse momento é que “ mesmo
abandonado por esse sonho ele ainda arderá no fundo do seu peito”,
esses sonhos me afoguearam por quatro anos, por mais que tenham me
abandonado, ou eu os tenha abandonado, o fato é que não existe uma
única espada, por mais que a História hoje represente minha
carreira, meus estudos e a representação do que muito sacrifiquei,
me pergunto: mas e os outros sonhos, não maiores e nem menores uns
que os outros mais todos gigantesco comparados a mim que foram
feitos? Eles chiam, rasgam meu peito, clamam por atenção exatamente
agora, se a História e minha história um dia os calou e agora como
os fazer calar? E eu quero que calem?
São alguns deles a
música, a dança, o cosplay, a escrita, que, outrora adormecidos,
se tornaram agora um insaciável monstro, a Quimera do Sonho, são
tantos que não serão mais despertos pois passaram de sua hora...é
uma pena, quando se sacrifica, quando percebemos que é necessário
que a vida e a morte caminhem todos os dias juntos, todo dia se mata
algo em si, todo dia se dá vida em algo novo, e ao mesmo tempo uma
luta sua contra si próprio para decidir o que permanece...o que se
perde...aaah o sonho.
O blog um sonho que
lentamente adormeceu, aos poucos, em meio a desculpas, agora abriga
este post que pode ser o primeiro de muito ou seu último suspiro...
meu abandona(mado) blog, pensado com carinho, para leitores sem
rosto, uma escritora sem rosto, que aos poucos se imprimiu, desse
jeito torto de ser, bem torto do cerrado, um tanto imprevisível, um
tanto abobada, mas sincera e com o carinho que muitas vezes tenho
dificuldade em demonstrar em palavras ditas. Dessa minha parte que
escreve, bem ou mal, mas escreve, há muito mais tempo que o blog
pode datar, contos que jamais serão lidos, e agora esse diário de
angústia e músicas ecléticas e clichês.
O blog que em algum
momento esteve elevado ao acadêmico até que percebi que a acadêmia
não é uma evolução, uma elevação, é apenas um modo diferente
de ver as mesmas coisas, menos alienado , todos dizem... não, não
estou desprezando aqui aqueles que trato por mestres (que por sinal
não está ligado aos seu títulos, mas ao meu carinho e respeito),
mas é justo que agora que sei que depois da monografia não existe
um portal da sabedoria... digo, a pessoal mais incrível que conheci
, espelho da minha vida era completamente analfabeta , de gostos
simples, de humildade. Não encontrei valor igual na Universidade, a
sabedoria reside na simplicidade.
Valorizo tudo que
aprendi, gosto dos estudos, amei ter estudado, não apenas pelo
conteúdo, mas por ver um horizontes com portas abertas de mais
conhecimento adiante, não mais teorias, mas a possibilidade de
conhecer mais mundos, mais pessoas, sou meio assim, torta, do
cerrado, com raiz pouco profunda, querendo migrar, ampliar,
horizontalizar...
Sou horizontal. Toco
baião em piano porque quero e porque posso, e prepare seus ouvidos
pois não toco maravilhosamente bem! Oras aprendi teclado! Se pegar
um piano já procuro a bateria...tá aí um sonho substituído, o
piano pelo teclado, piano é muito caro, o instrumento e as aulas...
minha mãe diz que tudo é substituível nessa vida, não gosto dessa
ideia, me dá uma sensação de descartabilidade... ela nunca será
substituída, ninguém será, todos são diferentes na vida da gente.
Até meu assunto é horizontal, voltando ao teclado...
Então, eu toco. Era
só isso mesmo, tem tantos anos que não faço isso, meu teclado está
a tanto tempo encostado que a única coisa que ficou é uma parte da
teoria de ler partitura e o ouvido, eu era muito boa em pegar as
notas escutando uma música, fiz isso com Perfídia, mas acredite
isso não é bem vindo nas escolas de música: leitura rítmica etc
etc, nada de ouvir e tocar!
E a dança, é de
sangue. Poderia dizer que sangue espanhol da parte do meu pai, mas
não tem fundamento já que quem me ensinou a dançar foi minha mãe
que veio seiládeonde (tem uma história que fala que meu sobrenome
materno ou é da Itália ou da Escócia- fico com a segunda opção –
tataravô com whisky e kiut me parece bom), ou é dom mesmo: forró,
dança do ventre, qualquer ritmo, um sonho? Flamenco...eu sinto como
se já tivesse dançado flamenco a vida toda...
O Cosplay nem comento
muito aqui, ele vem de uma veia teatral unida ao meu gosto pelas
figuras ternas dos desenhos/animes, games, filmes, o cosplay não é
só teatro, ele é uma homenagem a quem você gosta, é nostálgico,
o processo de você mesmo confeccionar a mínima peça que for é uma
sensação deliciosa. Artesanato, teatro e sua infância
misturados... é necessário disciplina e organização, deveria ser
tema de estudo isso aí!
Tem aqueles sonhos que
morreram, enterrados, não valem comentário, cumpriram a função de
serem desejados e planejados, em respeito a sua morte: o silêncio.
Outros sonhos aqueles que Griffith lembra que, são perseguidos por
mais de uma pessoa, permanecem até que sejam possíveis e/ou
realizados. E assim como o vilão da série Berserk devo concordar
em odiar a visão de que a “vida é viver muito e morrer em vão”,
hoje vivo pelos sonhos, sonhos me movem, se os mato me matam um
pouco, mas se os dou voz, aaah quão viva me sinto, na minha pequenez, quero
persegui-los, todos...
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