Sobre um mundo imaginário
Durante essa semana li sobre a criação de um mundo imaginário no twitter do @rondinellifb
e no "Penso, Logo Desisto" blog da Gessyca que também é uma pessoa que admiro muitíssimo. E sim eu também cultivo o meu e penso que também é seu o direito de cultivar um pra si.
No meu mundo , como bem postei no meu twitter, Honra e Consciência imperam ( de onde acha que tirei uma simpatia por anarquismo) e os senhores dele sou eu com a colaboração do Sr. N. Esse senhor é meu braço direito, mas não é só, é aquele que me diz quando erro, no que devo me corrigir, me abraça nos momentos ruins e sorri docemente nos de alegria.
Meu caros, não pensem em esquizofrenia ( ou pensem, quem sou eu pra dizer o que tens que fazer), o Sr. N. tem voz, tem personalidade e é quem eu amaria ser. Se tudo o que imaginamos pode realmente um dia existir, porque não sonhar com ele e com o nosso mundo de justiça?
Lá tenho meus inimigos, que venço sempre em conjunto com uma porção de seres que desconhecem meu poderio, que me trata como um deles, com valor de qualquer outro. Os inimigos são sempre aqueles que necessitam da tradução do que pensam e sentem, e uma vez entendidos se tornam membros do mundo da gentileza e da doçura.
Onde não há mentira pq não há o pq mentir, sinceridade lá não é tão mal julgada quanto cá, cumprir com sua palavra é dever pq não se pode imaginar alguém que gaste verbo, jogando-os ao vento. Lá não se fala de "bom caráter", pq se não queremos ser julgados não devemos julgar, em que natureza e homem é um só ainda que venha com seus cimentos...
Eis que aqui pra vocês nasce uma estranha, talvez mais estranha do que sempre fui, mas não se esforcem em me entender, não entendem se não conhecem meu mundo, então deixa-me apenas seguir segundo meus princípios, afinal de contas o que me basta é o gentil, doce e forte Sr. N. do lado...
Vou-me Embora pra Pasárgada
Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
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