Sapiência ou não

Sei que preciso aceitar o que sou, que devo desenvolver meus dons e usá-los com sabedoria. Sei que sentir as conexões com o universo é essencial, sei sobre a energia que rege tudo e as responsabilidades, mas, ainda procuro saber como me inserir em tudo isso, e findar com essa insegurança que grita no meu peito que não sou nada além de um pedaço de carne vagando com outros pro fundo de um precipício, que terá um dia a mesma utilidade de uma TV estragada.

Sei que o bem e o mal habitam o mesmo espaço dentro de mim, sei que a escolha deve ser minha assim como as consequências, sei que assim que acordo, lavo um rosto que não se parece uma face até que eu possa usar uma máscara social, sei também que sou cada uma dessas máscaras indiscutivelmente, mas e quando preciso de mim, porque não encontro nem máscara, nem face, nem rosto? Apenas um recipiente vazio da própria existência...

Talvez no fundo eu não queira aceitar de verdade o que ocorre, o que sinto e pressinto, mas que se isso for algo necessário e que faça dessa pequena e breve existência útil , ainda que esquecível, que assim seja feito, por algo que há significado e certamente seja maior que qualquer construção que eu possa fazer de mim...

E prossigo em paz

Comentários

Bom "poste". Lembra Tabacaria do Fernando Pessoa. Com toques seus, claro. E influências devem ser usadas(já dizendo pra evitar maus entendidos).
Dizzara disse…
Li sim algo ou outro do Pessoa, mas não sei talvez Lispector faça mais meu tipo em alguns momentos, obrigada pelo comentário.Abç