Póstumo

Um mês sem postar, um mês me encontrando pra colocar aqui qual é esse caminho, mas não obtive tanto sucesso, me achei de maneira inesperada e desesperada, me agarrei ao pouco de conceito que ainda possuo. Porém, mais uma vez não escrevo aqui em plenitude, culpo meus questionamentos e minha insanidade de acreditar de forma tola que pode haver alguma harmonia e paz em mim...
Agora já não quero essa paz, não que não a queira, mas por não ser desejada por ela quero sucumbir nessa eterna guerra identitária, mudar meu discurso segundo a conveniência, voltar a ser uma metamorfose ambulante... me pergunto como deixei de sê-la.
Quero ser o frio e o calor, a dor e a tranquilidade, a alegria e o desespero, o tudo e o nada. Quero ser meu maior inimigo para que esses que, de alguma forma se opõe a mim, não possam me ferir mais do que eu feriria a mim mesma... quero me matar para lembrar que possuo vida, mas acima de tudo permanecer com esse pouco conceito, essa essência que se quer ( ou seria sequer?) posso definir, mas que sem dúvidas sinto claramente...


Em homenagem póstuma ao grande Saramago que marcou minha vida quando entrei no curso de jornalismo, ele e seu "ensaio sobre a cegueira" cito:

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos." José Saramago (*1922 +2010)


Que nós possamos nos livrar dessa cegueira também.

Despeço-me

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