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Mostrando postagens de junho, 2010

LISPECTOR, Clarice. THE VERVE

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo. Clarice Lispector

Póstumo

Um mês sem postar, um mês me encontrando pra colocar aqui qual é esse caminho, mas não obtive tanto sucesso, me achei de maneira inesperada e desesperada, me agarrei ao pouco de conceito que ainda possuo. Porém, mais uma vez não escrevo aqui em plenitude, culpo meus questionamentos e minha insanidade de acreditar de forma tola que pode haver alguma harmonia e paz em mim... Agora já não quero essa paz, não que não a queira, mas por não ser desejada por ela quero sucumbir nessa eterna guerra identitária, mudar meu discurso segundo a conveniência, voltar a ser uma metamorfose ambulante... me pergunto como deixei de sê-la. Quero ser o frio e o calor, a dor e a tranquilidade, a alegria e o desespero, o tudo e o nada. Quero ser meu maior inimigo para que esses que, de alguma forma se opõe a mim, não possam me ferir mais do que eu feriria a mim mesma... quero me matar para lembrar que possuo vida, mas acima de tudo permanecer com esse pouco conceito, essa essência que se quer ( ou seria seque